Diversas, as mulheres têm um pedido em comum nessa Conferência: igualdade nos espaço de poder. "A sub-representação feminina nos espaços de poder empobrece a democracia e perpetua a desigualdade. A paridade é uma meta a alcançar e o desafio que nos colocamos em nossa conferência", adiantou a ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres.
Para Maria dos Santos, que veio do Rio de Janeiro para o encontro, a participação política da mulher tem avançado. Mas o processo é lento e depende de mudanças no comportamento de toda a sociedade. "Temos que virar a cabeça da população masculina e feminina, que aprendeu a colocar o homem no poder", afirmou a médica.
Mesmo que a mudança social seja lenta, a previsão é otimista. "A gente tem que conquistar a Presidência da República", disse a secretária baiana Laurita Gomes. "As mulheres precisam de espaço para mostrar que sabem administrar. Muitas já cuidam de suas casas, muitas vezes com tão pouco dinheiro, que têm competência para cuidar de um país, estado ou prefeitura", completou.
Na solenidade de abertura do encontro, as participantes lembraram do movimento conhecido como Lobby do Batom, responsável por articular parlamentares de diversos partidos na discussão da Constituição, em 1988. Na ocasião, uma emenda à Constituição Federal garantiu igualdade no país entre homens e mulheres, sem distinção de qualquer natureza.
Durante esta 2ª Conferência Nacional, serão discutidos temas como direitos reprodutivos, combate à violência, acesso à saúde, educação e igualdade no trabalho. São itens que constam do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, elaborado na conferência de 2004. A aplicação das ações, no âmbito do governo federal, também deverá ser avaliada durante o encontro, até segunda-feira (20), além das propostas de novas metas.