quarta-feira, 28 de maio de 2008

Veja o curta-metragem sobre a comunista Elza Monnerat

O filme veio a público em abril passado, quando Elza foi homenageada pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Confira a íntegra do curta, que tem quatro minutos e 35 segundos. Mais abaixo, para conhecer melhor Elza, leia o prefácio de Coração Vermelho escrito pelo historiador Augusto Buonicore.
Desde início uma pergunta se coloca: Por que Elza? Não foi a principal, ou uma das principais dirigentes, nem foi uma das lideranças mais populares do Partido Comunista no Brasil. Não exerceu cargos no parlamento e nem se caracterizou como grande oradora. Tímida, não gostava de falar nem mesmo em reuniões partidárias. Em situações normais o nome desta mulher extraordinária não comporia na lista de ícones da esquerda revolucionária brasileira. Então, repito, por que Elza?
O livro Coração Vermelho de Verônica Bercht é uma resposta definitiva a esta questão. Porque são pessoas como ela que constituem os alicerces de sustentação de todas organizações revolucionárias e da própria construção do socialismo renovado. Por isso mesmo são imprescindíveis e devem ser melhor conhecidas.
Elza, aos 88 anos, é um exemplo de militante comunista. Entrou para o Partido em 1945 e nele, por vários anos, se dedicou às tarefas cotidianas de todo ativista de base. Alguns anos depois passou a ter uma função de maior responsabilidade partidária atuando junto a comissão de finanças do comitê regional do Distrito Federal. Naquela época a jovem Elza já demonstrava a sua ousadia ao escalar o Morro Dois Irmãos para pichar o nome de Stálin. Inscrição que coube ao tempo apagar.
Elza é uma mulher de princípios. No final da década de 1950 se opõe ao que achava ser desvios reformistas da direção nacional do PCB. Quando foram encaminhados ao Tribunal Superior Eleitoral um novo programa e estatuto, ela foi uma das primeiras a se rebelar e colocou sua assinatura na Carta dos 100. Em seguida rompeu com a direção do PC brasileiro e participou da Conferência extraordinária que reorganizou o PC do Brasil, passando a compor sua nova direção nacional. Sua primeira tarefa foi ajudar, como revisora, no processo de elaboração do jornal A Classe Operária.
Após o golpe militar de 1964 passou ser a responsável pela montagem dos aparelhos nos quais se reuniam os membros do Comitê Central. Era ela que buscava e levava os dirigentes para as reuniões clandestinas. A partir de 1967 ela se dedicou a organização da guerrilha na região do Araguaia. Dona Maria, como era conhecida ali, caminhava por quilômetros à fio ao lado de outros guerrilheiros mais jovens. Em abril de 1972 conseguiu escapar do cerco montado pelo exército. Leia mais clicando no titulo.