Um agricultor de Pedranópolis (563 km de SP) foi preso pela polícia sob acusação de manter sua mulher em cárcere privado por cerca de 18 anos em um sítio.Ary Hernandez Castijo, 50, foi preso em flagrante anteontem, após a família da mulher com quem vivia procurar a polícia e relatar uma série de maus-tratos que teriam sido cometidos pelo agricultor.Os parentes informaram à polícia que a mulher foi viver com o agricultor por vontade própria, há cerca de 18 anos, mas que era impedida de deixar o sítio e de ver a família.Ao ser conduzida à polícia, a mulher, de 36 anos, que não teve a identidade revelada, contou que só era autorizada a deixar o sítio com Castijo. Disse ainda que sofria ameaças constantes do agricultor, informou a delegada Maristela Dias, que investiga o caso.Castijo, ainda segundo o relato da delegada, obrigava a mulher a fazer trabalhos forçados na propriedade rural, sempre sob ameaças de arma de fogo."Ela fazia todo o trabalho do sítio. Tirava leite das vacas, carregavas sacarias pesadas. Ela era proibida de falar com a família e só podia deixar a propriedade acompanhada dele."Além de ser autuado em flagrante por cárcere privado, Castijo foi autuado por manter a mulher em condições análogas à escravidão.A polícia apreendeu três armas de fogo no interior do sítio do agricultor: uma espingarda e dois revólveres.Em depoimento à polícia, ele negou as acusações. Disse que a mulher não saía do sítio porque não queria. A delegada não soube informar o nome do advogado que acompanhou o depoimento do agricultor. A reportagem não conseguiu contato ontem com representantes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Pedranópolis.