quarta-feira, 1 de agosto de 2007

A Mulher Negra


Brasil de hoje manifesta um prolongamento da sua realidade vivida no período de escravidão com poucas mudanças, pois ela continua em último lugar na escala social e é aquela que mais carrega as desvantagens do sistema injusto e racista do país. Inúmeras pesquisas realizadas nos últimos anos mostram que a mulher negra apresenta menor nível de escolaridade, trabalha mais, porém com rendimento menor, e as poucas que conseguem romper as barreiras do preconceito e da discriminação racial e ascender socialmente têm menos possibilidade de encontrar companheiros no mercado matrimonial.
A mulher negra ao longo de sua história foi a "espinha dorsal" de sua família, que muitas vezes constitui-se dela mesma e dos filhos. Quando a mulher negra teve companheiro, especialmente na pós-abolição, significou alguém a mais para ser sustentado. O Brasil, que se favoreceu do trabalho escravo ao longo de mais de quatro séculos, colocou à margem o seu principal agente construtor, o negro, que passou a viver na miséria, sem trabalho, sem possibilidade de sobrevivência em condições dignas. Com o incentivo do governo brasileiro à imigração estrangeira e à tentativa de extirpar o negro da sociedade brasileira, houve maciça tentativa de embranquecer o Brasil.
Provavelmente o mais cruel de todos os males foi retirar da população negra a sua dignidade enquanto raça remetendo a questão da negritude aos porões da sociedade. O próprio negro, em alguns casos, não se reconhece, e uma das principais lutas do movimento negro e de estudiosos comprometidos com a defesa da dignidade humana é contribuir para o resgate da cidadania do negro.Leia mais clicando no titulo.

ENFRENTAMENTO À FEMINIZAÇÃO DA AIDS E DSTs

Governo federal discute em Minas o enfrentamento à feminização da aids e DSTs

Na ocasião, será lançada a primeira oficina macro-regional para a operacionalização do Plano De 31 de julho a 2 de agosto, a Secretaria Especial de Políticas para Mulheres (SPM) e o Ministério da Saúde promovem em Belo Horizonte a primeira oficina macro-regional para operacionalização do Plano Integrado de Enfrentamento à Feminização da Epidemia de Aids e outras DST.
O objetivo do encontro é elaborar um plano de ação nos estados que contribua com a definição das estratégias para implementação do Plano a partir das demandas e experiências da região sudeste para 2008. O evento conta com a participação da ministra Nilcéa Freire, da SPM, do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, da diretora do Programa Nacional de DST e Aids, Mariângela Simão, da representante do Fundo de População das Nações Unidas no Brasil (UNFPA), Alana Armitage, de outras autoridades e de organizações da sociedade civil. Na ocasião, será o lançado o vídeo Mulheres Não Esperam Mais: Acabemos com a Violência e Aids agora!
Segundo Nilcéa Freire, “a proposta de realização de oficinas macro-regionais vão prevenir e conseqüentemente proporcionar um tratamento mais adequado às mulheres, além de contribuir com o enfrentamento da epidemia da aids e de doenças sexualmente transmissíveis entre mulheres”. Para Mariângela Simão, a oficina garante que representantes da sociedade civil e diferentes setores governamentais dos estados de uma mesma região participem, de forma articulada, do processo de definição das ações e metas. "Isso reforça o caráter de participação social, regionalização e descentralização da resposta nacional à epidemia de aids e DST".
Segundo Alanna Armitage, há grandes expectativas em relação às oficinas macro-regionais e à implementação do plano contra a feminização da epidemia de aids. "A proposta é extremamente relevante para a região e para o resto do mundo, já que o Brasil é o primeiro país da América Latina e do Caribe a adotar medidas especificamente voltadas para a questão da feminização em nível nacional". A idéia é que a partir das oficinas macro-regionais, as necessidades locais sejam contempladas nos planos locais, que são instrumentos para gestão no que diz respeito às ações de prevenção dirigidas às mulheres em situação de vulnerabilidade agravada. Entre elas, estão as mais jovens, as mulheres do campo e das florestas, aquelas que vivem em situação de pobreza ou extrema pobreza, as negras ou que pertencem a outros grupos historicamente discriminados, e aquelas que estão em situação de violência. Durante o evento também será lançado o vídeo "Mulheres NÃO Esperam Mais”, realizado pela GESTOS. O filme tem depoimentos de mulheres do Brasil, Porto Rico e Argentina e é uma peça do capítulo regional da campanha "Mulheres NÃO Esperam Mais". Foi criado com o objetivo de estimular a reflexão e o debate sobre a relação entre violência contra as mulheres e a aids.