Presidente da Federação das Mulheres Cubanas, membro do Birô Político do país e dirigente da Federação Democrática Internacional das Mulheres, Vilma Espín faleceu em Havana, dia 18
Heroína da luta contra a ditadura de Fulgêncio Batista, combatente destacada do Exército Rebelde, junto com Fidel, Raúl, o Che e Camilo Cienfuegos e, depois do triunfo da Revolução, presidenta fundadora da Federação de Mulheres Cubanas em 1960, Vilma Espín Guillois, esposa do presidente em exercício de Cuba, Raul Castro foi uma das mais marcantes personalidades da Revolução de Cuba, faleceu na segunda-feira, em Havana.
Vilma iniciou sua militância muito cedo. “Aconteceu o ataque ao quartel Moncada, os assassinatos de jovens nessa tarde do 26 de julho de 1953 encheram de indignação o povo de Santiago [cidade onde nasceu]. Todos tentávamos saber quem eram os valentes que tinham realizado o assalto”, relatou a revolucionária lembrando a ação de um grupo de jovens, dirigido por Fidel Castro que regiram ao traiçoeiro golpe perpetrado por Batista em 1952, sustentado pelo imperialismo norte-americano, que provocou uma grave crise política no país e instaurou uma ditadura sanguinária.
Esses fatos marcaram o início da última etapa da luta do povo pela sua total libertação. “Há que destacar, depois do Moncada, o importante que foi para nós, o impacto tremendo que causou o pronunciamento de Fidel diante do tribunal, “A História me Absolverá”. Foi algo que nos deu a garantia de que uma coisa nova estava surgindo. Lembro que estava no laboratório [Vilma era engenheira química] quando me deram um exemplar e o li ai mesmo, de um lance só. Estávamos todos fascinados, se falava uma linguagem nova em que se apresentava um programa em volta do qual podíamos todos nos aglutinar para lutar e que era um programa avançado e atraente para a juventude. Fidel ainda estava na Ilha de Pinos, mas nos identificávamos completamente com ele e com seus objetivos”, contou a líder comunista, sobre os fatos que a motivaram a se transformar em inseparável colaboradora do jovem revolucionário Frank País, e a formar parte da Ação Nacional Revolucionária, organização que se somou depois às fileiras do Movimento 26 de Julho.
Quando Frank País foi assassinado, Vilma esteve entre as principais organizadoras do funeral do herói revolucionário, inclusive orientando sua mãe, Dona Rasário, a que fosse resgatar o cadáver e evitar que os esbirros de Batista sumissem com ele. O funeral se transformou numa poderosa greve de protesto contra a ditadura. Como ela relata: “ Com a morte de Frank houve uma reação popular tremenda em Santiago de Cuba e no resto da província de Oriente e inclusive em outras províncias. Houve muitos protestos e desatou uma greve. O enterron de Frank foi tão gigantesco que as forças da tirania permaneceram nos quartéis tanto foi seu temor!Foi uma greve da qual participaram patrões e trabalhadores dando uma medida de que todo o povo se somava lutando contra Batista e apoiava as forças revolucionárias e era protagonista desta luta”.
Depois de concluir um curso nos Estados Unidos, por orientação da Direção do Movimento, fez escala no México para se encontrar com Fidel Castro e discutir com ele os passos a serem dados pelos revolucionários. Sob as ordens diretas de Frank participou no levante armado de Santiago de Cuba, em 30 de novembro de 1956, em apoio aos expedicionários do Granma. Sua casa, depois desta ação, virou o quartel general do movimento revolucionário naquela região.
GUERRILHEIRA
Pouco antes de ser assassinado Frank País, Vilma, já sendo membro da Direção Nacional do Movimento, foi nomeada por ele Coordenadora Provincial da organização na região de Oriente. Por causa de constantes perseguições que limitavam seu trabalho e colocavam sua vida em perigo, deixou a luta urbana e se incorporou ao Exército Rebelde, em junho de 1958, se convertendo na lendária guerrilheira da II Frente Oriental Frank País (o nome do destacamento foi dado em homenagem ao combatente), e coordenadora do movimento clandestino da Província de Oriente com o território da Frente.
Integrou o Comitê Central do Partido Comunista desde sua fundação em 1965, cargo em que foi confirmada em todos seus Congressos. Em 1980, foi eleita membro suplente do Birô Político, e no Congresso seguinte foi promovida a membro efetivo. Foi deputada da Assembléia Nacional desde sua primeira legislatura e membro do Conselho de Estado desde sua formação.
Com a vitória da Revolução em 1959, ciente da importância decisiva da participação das mulheres no profundo processo de mudanças que o país iniciava, encabeçou a unificação das organizações femininas e a fundação da Federação de Mulheres Cubanas, a cuja organização se consagrou.
“Hoje a Federação congrega mais de quatro milhões de filiadas e participa ativamente na batalha de idéias, na edificação e defesa de nosso socialismo, na luta por erradicar até o último vestígio de discriminação e conquistar a igualdade em todos os âmbitos e a todos os níveis”, frisou Vilma em sua “Carta às federadas cubanas”, divulgada em agosto de 2005, acrescentando que “se compararmos a realidade da população feminina hoje, com a existente no primeiro de janeiro de 1959, o salto é transcendental e histórico. As cubanas iniciamos o século XXI enaltecidas, como cidadãs plenas, decididas a defender nossas conquistas a qualquer preço e continuar adiante”.
Com sua experiência, dedicação e exemplo, Vilma deu uma inestimável contribuição à organização do movimento feminino internacional. Ela ocupou a vice-presidência da Federação Democrática Internacional de Mulheres até o XIV Congresso realizado no passado mês de abril, em Caracas.
A presidente da FDIM, Márcia Campos, destacou que “na história da vida de Vilma tem alguns capítulos dedicados à construção da FDIM como instrumento de luta e do avanço das mulheres no mundo. Vilma, acreditou profundamente na força da mulher e na sua capacidade transformadora, revolucionária, investindo muita energia para que todas as mulheres confiassem cada vez mais em si mesmas e ajudassem na emancipação de seus povos. Vilma, uma heroína do povo cubano seguirá sendo a nossa referência de mulher guerreira. A homenagearemos todos os dias na luta de cada uma de nós e em cada conquista Vilma estará presente”.
SUSANA SANTOS
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