sábado, 30 de junho de 2007

APOLOGIA A VIOLÊNCIA

No Orkut, defesa a agressões.

A superintendente estadual dos Direitos da Mulher, Cecília Soares, disse que entrará com uma representação no Ministério Público estadual para que as comunidades "Porrada na cara de putas" e "Mulher é tudo vagabunda" sejam retiradas do ar do site de relacionamentos Orkut. Ela diz que as comunidades estimulam a violência contra prostitutas e mulheres. O assunto foi uma dos temas do debate realizado no Conselho de Defesa dos Direitos da Mulher (Cedim) sob o título "Ela é feita para apanhar?", numa alusão a música "Geni e o Zepelin", de Chico Buarque. O Cedim vai acompanhar todo o processo contra os integrantes das comunidades.

UMA AGENDA PARA A MUDANÇA


Para acabar com a violência contra as mulheres é preciso coordenar estratégias entre muitos setores da sociedade e nos níveis comunitário e nacional. Em alguns países, os programas de saúde reprodutiva assumiram a liderança na resolução dos problemas de violência contra as mulheres. Mas os esforços não podem se limitar ao setor de saúde.
Uma verdadeira agenda de mudanças deve incluir a potencialização de mulheres e meninas; a imposição de maiores custos aos agressores; o atendimento das necessidades das vítimas; a coordenação das respostas institucionais e individuais; o envolvimento da juventude; o trabalho com os homens; e a mudança de certas normas comunitárias. Potencialização de mulheres e meninasA potencialização das mulheres e meninas é não só uma meta louvável por si só, mas constitui também uma estratégia importante para acabar com a violência. As mulheres nunca escaparão da violência se continuarem dependentes financeiramente dos homens e restringirem seu valor social ao cumprimento dos papéis de esposas e mães.
Em muitas partes do mundo, os códigos legais e as práticas habituais ainda tratam as mulheres como cidadãs de segunda classe, negando-lhes o direito à propriedade, a viajar livremente e a ter acesso aos recursos econômicos e produtivos. Em praticamente todos os países as mulheres não têm representação equivalente nos cargos de liderança e suas preocupações específicas raramente são refletidas nas diretrizes públicas. Como resultado, as mulheres não dispõem, freqüentemente, do poder necessário para tomar decisões básicas e fazer escolhas bem informadas sobre a sua própria saúde ou sexualidade .
A potencialização é normalmente vista como um processo a longo prazo, ocorrendo nos âmbitos internacional, nacional, comunitário e individual. Sua metas são:• Eliminar as leis que discriminam as mulheres e crianças, • Fortalecer a liderança e o poder de decisão das mulheres, • Aumentar o acesso das mulheres e meninas à educação, • Aumentar o acesso e controle das mulheres sobre os recursos econômicos, • Aumentar o acesso das mulheres à informação de saúde e o controle sobre seu próprio corpo, • Melhorar a auto-estima e a sensação de poder pessoal das mulheres. No mundo inteiro, as redes de grupos femininos estão lutando para atingir estas metas por meio do ativismo das organizações de base e pela militância, em termos políticos, para mudar as diretrizes e práticas discriminatórias.
As organizações de mulheres tem conseguido algumas vitórias importantes. Por exemplo, na última década, 24 países Latino-americanos e caribenhos reformaram suas leis relacionadas à violência doméstica, sobretudo devido à pressão dos grupos femininos . Além disso, milhares de ONGs trabalham para aumentar a percepção das mulheres quanto aos seus direitos, utilizando para isso cursos sobre direitos humanos, programas de instrução legal, treinamento sobre gênero, e outros esforços de grupos menores.