segunda-feira, 7 de julho de 2008

Mulheres vítimas da violência e Aids

Juliana Colares Da equipe do Diário "Descobri que tenho o vírus HIV há seis anos, idade da minha filha mais nova. Eu estava no sétimo mês de gravidez. Na hora que soube, entrei em desespero. Chorei muito. Achei que ia morrer, que o povo ia saber. Peguei com o meu marido# ele dava os pulos dele fora de casa. Ele diz que não sabia (que estava infectado), mas tenho minhas desconfianças". Quem contou essa história não quis ter o nome revelado. O motivo não é tão difícil de deduzir. Afinal, não é fácil se expor quando se está em meio a duas epidemias: a da AIDS e a da violência. Pois Fernanda (é assim que ela vai ser chamada) foi e ainda é vítima da violência. Foi enganada pelo marido e infectada pelo homem que ela confiava e que foi negligente com a Saúde dele, dela e da filhinha que sequer tinha nascido. Fernanda sofreu com a violência implícita numa relação onde sequer podia negociar o uso da camisinha, com as amarras de não poder escrever a própria história do jeito que queria. E como num círculo onde início, meio e fim se confundem, ela continua sofrendo violências. Inclusive a de ter que esconder sua identidade para evitar as muitas agressões que por vezes se escondem sob a palavra preconceito. Fernanda, na verdade, é muitas. Centenas, milhares de Mulheres pernambucanas, nordestinas, brasileiras, de várias nacionalidades que convivem com as mesmas histórias de violência. Física e, principalmente, psicológica. E que, por causa disso, se vêem ainda mais vulneráveis ao HIV. Leia mais clicando no titulo.

Prisões facilitadas

A Câmara dos Deputados aprovou ontem nova alteração no Código de Processo Penal que irá flexibilizar o sistema de decretação de prisão preventiva e facilitar o cumprimento dos mandados de prisão em todo o país, sem necessidade de carta precatória quando o investigado muda de estado. No caso das prisões cautelares, com a mudança, o juiz ficará encarregado de avaliar a gravidade de cada caso e, se achar que o réu não oferece risco em liberdade, poderá optar por medidas alternativas à prisão. Outra mudança importante, com a aprovaçao do Projeto de Lei 4.208, foi a incorporação da Lei Maria da Penha no Código Penal. A lei, que atualmente prevê a possibilidade de prisão preventiva apenas no caso de violência doméstica contra mulheres, passa a valer também para agressões praticadas contra idosos, crianças ou portadores de deficiência.---Publicado no Correio Braziliense, 26/06/08.