Secretária Nacional sobre a Mulher Trabalhadora da CUT, Maria Ednalva Bezerra de Lima faleceu vítima de meningite, em Campinas (SP) Integrante do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, onde representava, por dois mandatos consecutivos, a Secretaria Nacional sobre a Mulher Trabalhadora da CUT, Ednalva Bezerra estava internada desde o dia 3 de setembro, no Hospital Madre Teodora, em Campinas, no interior de São Paulo, onde sofreu morte cerebral, devido à infecção avançada causada por meningite, e faleceu dia 10.
No mês passado, Ednalva trabalhou ativamente durante a II Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (II CNPM), realizada de 17 a 20 de agosto, em Brasília, onde coordenou a Plenária Final. Era integrante da Comissão Organizadora Nacional da II CNPM.
“Um outro mundo é possível”. Esse é o título de um artigo assinado por Ednalva e publicado na revista Estudos Feministas, em 2003. Nele, ela faz uma reflexão sobre o 1º Fórum Social Mundial: “Em 2001, enquanto os presidentes de várias nações se reuniam em Davos, os movimentos sociais se encontravam em Porto Alegre, em uma conexão de resistência ao modelo neoliberal. Ali, tudo era tão novo que parecia um sonho. Um sonho de mais de cinco mil pessoas”.Início da militância
Em 2003, uma resolução do 8º Congresso Nacional da entidade aprovou a criação da Secretaria Nacional sobre a Mulher Trabalhadora (SNMT), assumida por Ednalva, e cujo mandato só terminaria em 2009.“A presença das mulheres nos espaços de decisão é imprescindível”, afirmava ela. “O processo de descentralização e de divisão do poder tem aberto novos canais de participação. Estabelece um novo diálogo, uma nova forma de interpretar a presença da mulher, apontando um outro desenho e definição de políticas sociais com abrangência local, nacional e internacional.”Feminismo - Ednalva Bezerra era consultora do Colmeias - Coletivo de Mulheres, Educação, Intervenção e Ação Social; integrante da comissão tripartite de Igualdade de Oportunidades e de Tratamento de Gênero e Raça no Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego; representante da SNMT nas Jornadas Brasileiras pelo Direito ao Aborto Legal e Seguro; e integrante do Núcleo de Reflexão Feminista sobre o Mundo do Trabalho Produtivo e Reprodutivo.Sua militância internacional se fez presente na coordenação da Comissão de Mulheres das Centrais Sindicais do Cone Sul. Foi vice-presidente do Comitê da Mulher Trabalhadora da Organização Regional Interamericana de Trabalhadores (2001/05), integrante do Comitê Feminino da Confederação Internacional de Organizações Sindicais Livres e da diretoria executiva da Central Sindical Internacional. Na revista Estudos Feministas, Ednalva escreveu:
“O movimento de mulheres centra seu trabalho no fortalecimento da participação das mulheres nas decisões políticas, na superação da discriminação no âmbito do trabalho produtivo e reprodutivo, no marco da erradicação da pobreza, pelo fim da violência sexual e doméstica, pela defesa dos direitos de decidir sobre o seu corpo em relação à sexualidade, à maternidade, ao aborto. Enfim, ao direito de ir e vir, ao exercício do poder e da cidadania.”