sexta-feira, 20 de julho de 2007

A QUESTÃO DO ABORTO NA AMÉRICA LATINA

Os Números da Clandestinidade

A cada ano, um número de abortos estimado em 50 milhões ocorrem em todo o mundo. Deste, 30 milhões de procedimentos são obtidos legalmente e 20 milhões ilegalmente." - S. Singh and S. K. Henshaw, "Socio-Cultural and Political Aspects of Abortion from an Anthropological Perspective.
Segundo pesquisa divulgada no ano passado pela Organização Mundial de Saúde, seis milhões de mulheres praticam aborto induzido na América Latina todos os anos. Destas, 1,4 milhão são brasileiras e uma em cada 1.000 morre em decorrência do aborto.

Em função da maioria dos procedimentos serem ilegais, são feitos na clandestinidade e freqüentemente em condições perigosas. Como resultado, a região enfrenta um problema sério de saúde que ameaça as vidas das mulheres, põem em perigo a sua saúde reprodutiva e impõem uma tensão severa nos já sobrecarregados sistemas de saúde e hospitais.

A prática do aborto induzido na América Latina é ainda envolta em um véu de sigilo, um resultado direto das suas limitações legais. O aborto induzido é punido por lei em quase todos os países, com exceção de Cuba e umas poucas nações do Caribe. Em quase toda a região, médicos podem legalmente terminar a gravidez que ameaça a vida da mulher, que resulta de um estupro ou incesto, ou que é caracterizada por deformidade fetal, mas estas opções raramente são usadas.

A preocupação sobre o alto nível de aborto clandestino na América Latina não é nova. Os legisladores e profissionais médicos tem estado cientes nos últimos trinta anos que os procedimentos inseguros vem sendo feitos na maioria dos países da região, num nível de alta conseqüência para a saúde da mulher e para o custo dos serviços de saúde nacionais.

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